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domingo, 27 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
Você sabe como o Belas está hoje?
Fachada ainda protegida pelo Conpresp |
Faixas persistem na "vitrine" |
Ricardo, feliz e triste ao conseguir a última lembrança do cinema |
Na Rua da Consolação nº 2423 |
Pedestres passam e lêem as faixas |
Flavio Maluf diz que não vai alugar o prédio até a decisão do tombamento |
Hall do cinema |
Você lembra como era aqui em cima... |
com os cartazes...? |
Últimos cartazes recolhidos vão para o lixo |
Últimos retoques para a devolução do prédio no dia 25 de Março |
sexta-feira, 25 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
Lei de proteção ao patrimônio imaterial de 2007
Lei 14406/07 | Lei nº 14406 de 21 de maio de 2007 de São Paulo
INSTITUI O PROGRAMA PERMANENTE DE PROTEÇÃO E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.
(Projeto de Lei nº 90/07, do Vereador Chico Macena - PT)
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 8 de maio de 2007, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º Fica instituído o Programa Permanente de Proteção e Conservação do Patrimônio Imaterial do Município de São Paulo, com as seguintes finalidades:
I - conhecer, identificar, inventariar e registrar as expressões culturais da Cidade como bens do Patrimônio de Natureza Imaterial;
II - apoiar e fomentar os Bens do Patrimônio de Natureza Imaterial registrados, criando condições para a transmissão dos conhecimentos a eles relacionados no âmbito do Município;
III - criar incentivos para a promoção de uma rede de parceiros que possam contribuir para a realização dos objetivos do Programa;
IV - apoiar e fomentar a salvaguarda, o tratamento e o acesso aos acervos documentais e etnográficos, franqueando, quando possível, sua consulta a quantos dela necessitem;
V - apoiar a realização de estudos e pesquisas relacionados ao tema do Patrimônio de Natureza Imaterial;
VI - desenvolver programas de educação patrimonial visando a valorização e difusão do Patrimônio de Natureza Imaterial.
Art. 2º O Patrimônio de Natureza Imaterial do Município é constituído por bens de natureza imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade, de acordo com o art. 216 da Constituição Federal, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas.
Art. 3º Fica instituído o Registro dos Bens do Patrimônio de Natureza Imaterial.
§ 1º O registro far-se-á em um dos seguintes livros:
I - Livro de Registro dos Saberes, no qual serão inscritos conhecimentos e modos de fazer, enraizados no cotidiano das comunidades;
II - Livro de Registro das Celebrações, no qual serão inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, o entretenimento e outras práticas da vida social da cidade;
III - Livro de Registro das Formas de Expressão, no qual serão inscritas manifestações literárias, musicais, artísticas, cênicas e lúdicas;
IV - Livro de Registro de Sítios e Espaços, no qual serão concentrados e reproduzidas as práticas culturais coletivas.
§ 2º O registro terá sempre como referência a continuidade histórica do bem imaterial e sua relevância para a memória, a identidade e a formação da cultura da Cidade.
Art. 4º Aos registros efetivados pela Administração Municipal será concedido o Título de Bem do Patrimônio de Natureza Imaterial da Cidade de São Paulo.
Art. 5º São partes legítimas para provocar a instauração do processo de registro:
I - a Administração Municipal, por seus órgãos e colegiados;
II - as associações civis regularmente constituídas;
III - a população por subscrição mínima de 10.000 (dez mil) signatários.
Art. 6º Os Bens Patrimoniais de Natureza Imaterial inscritos serão reexaminados e relacionados em rol próprio a cada 10 (dez) anos.
Parágrafo Único - Negada a revalidação, será mantido o registro como referência cultural de seu tempo.
Art. 7º As propostas para registro, acompanhadas de sua documentação técnica, serão dirigidas ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, para deliberação.
Parágrafo Único - A inscrição da proposta para registro constará de descrição pormenorizada do bem imaterial a ser registrado, acompanhada da documentação correspondente, e deverá mencionar todos os elementos que lhe sejam culturalmente relevantes.
Art. 8º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 21 de maio de 2007, 454º da fundação de São Paulo.
GILBERTO KASSAB, PREFEITO
Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 21 de maio de 2007.
CLOVIS DE BARROS CARVALHO, Secretário do Governo Municipal
DATA DE PUBLICAÇÃO: 22/05/2007.
(Projeto de Lei nº 90/07, do Vereador Chico Macena - PT)
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 8 de maio de 2007, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º Fica instituído o Programa Permanente de Proteção e Conservação do Patrimônio Imaterial do Município de São Paulo, com as seguintes finalidades:
I - conhecer, identificar, inventariar e registrar as expressões culturais da Cidade como bens do Patrimônio de Natureza Imaterial;
II - apoiar e fomentar os Bens do Patrimônio de Natureza Imaterial registrados, criando condições para a transmissão dos conhecimentos a eles relacionados no âmbito do Município;
III - criar incentivos para a promoção de uma rede de parceiros que possam contribuir para a realização dos objetivos do Programa;
IV - apoiar e fomentar a salvaguarda, o tratamento e o acesso aos acervos documentais e etnográficos, franqueando, quando possível, sua consulta a quantos dela necessitem;
V - apoiar a realização de estudos e pesquisas relacionados ao tema do Patrimônio de Natureza Imaterial;
VI - desenvolver programas de educação patrimonial visando a valorização e difusão do Patrimônio de Natureza Imaterial.
Art. 2º O Patrimônio de Natureza Imaterial do Município é constituído por bens de natureza imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade, de acordo com o art. 216 da Constituição Federal, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas.
Art. 3º Fica instituído o Registro dos Bens do Patrimônio de Natureza Imaterial.
§ 1º O registro far-se-á em um dos seguintes livros:
I - Livro de Registro dos Saberes, no qual serão inscritos conhecimentos e modos de fazer, enraizados no cotidiano das comunidades;
II - Livro de Registro das Celebrações, no qual serão inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, o entretenimento e outras práticas da vida social da cidade;
III - Livro de Registro das Formas de Expressão, no qual serão inscritas manifestações literárias, musicais, artísticas, cênicas e lúdicas;
IV - Livro de Registro de Sítios e Espaços, no qual serão concentrados e reproduzidas as práticas culturais coletivas.
§ 2º O registro terá sempre como referência a continuidade histórica do bem imaterial e sua relevância para a memória, a identidade e a formação da cultura da Cidade.
Art. 4º Aos registros efetivados pela Administração Municipal será concedido o Título de Bem do Patrimônio de Natureza Imaterial da Cidade de São Paulo.
Art. 5º São partes legítimas para provocar a instauração do processo de registro:
I - a Administração Municipal, por seus órgãos e colegiados;
II - as associações civis regularmente constituídas;
III - a população por subscrição mínima de 10.000 (dez mil) signatários.
Art. 6º Os Bens Patrimoniais de Natureza Imaterial inscritos serão reexaminados e relacionados em rol próprio a cada 10 (dez) anos.
Parágrafo Único - Negada a revalidação, será mantido o registro como referência cultural de seu tempo.
Art. 7º As propostas para registro, acompanhadas de sua documentação técnica, serão dirigidas ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, para deliberação.
Parágrafo Único - A inscrição da proposta para registro constará de descrição pormenorizada do bem imaterial a ser registrado, acompanhada da documentação correspondente, e deverá mencionar todos os elementos que lhe sejam culturalmente relevantes.
Art. 8º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 21 de maio de 2007, 454º da fundação de São Paulo.
GILBERTO KASSAB, PREFEITO
Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 21 de maio de 2007.
CLOVIS DE BARROS CARVALHO, Secretário do Governo Municipal
DATA DE PUBLICAÇÃO: 22/05/2007.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Belas Artes e sua história
Inaugurado Cine Belas Artes em Julho de 67 |
Belas com a Sociedade Amigos da Cinemateca |
Polêmica para saber o primeiro filme a ser exibido |
Gaumont Belas Artes |
O Belas foi patrocinado pelo banco HSBC por quase 8 anos |
Desde março de 2010, sem patrocinador, surte eminente fechamento |
Cinéfilos, estudantes e paulistanos fazem protesto contra o fechamento do cinema |
No dia 17 de março de 2011, o Cine Belas Artes fecha suas cortinas |
A última sessão do Belas Artes - Luiz Zanin - Estadão
Pronto, acabou. Fui lá, ao Belas Artes, acompanhar o encerramento do cinema. Estava cheio como nunca. Televisões, repórteres, velhos e novos frequentadores. Sobretudo jovens. Mas os velhotes, os do tempo do Riviera, estavam lá. Foi uma confraternização, que oscilava com o clima de velório. Havia coisas engraçadas, como um bonequinho de vudu, representando o proprietário do imóvel. As pessoas eram convidadas a espetar umas agulhinhas nele.
Encontrei gente que não via há muitos anos. Rimos e brincamos, com uma certa melancolia. Dei um abraço no André Sturm, o dono do cinema, e cumprimentei-o pela luta. Na hora, esqueci de dizer a ele que é sempre melhor cair lutando do que entregar os pontos. Aliás, o André fez uma coisa legal. Antes de cada sessão, entrava na sala, falava um pouco do cinema, sem qualquer pieguice, e agradecia às pessoas por estarem lá dando uma força. E curtindo uma última sessão como despedida do velho cinema.
Fui lá só para dar o tal abraço no André e sentir o clima. Mas não resisti e acabei entrando numa das sessões para ver um filme. Escolhi O Joelho de Claire, um Rohmer delicioso. No final, a plateia aplaudiu. Notei que as palmas não eram tanto para o filme, mas para o cinema que o exibia. Na saída, ainda encontrei alguns amigos, que deixavam a sessão da sala ao lado – era O Leopardo, de Luchino Visconti.
Fui embora, sem olhar para trás. Despedidas me incomodam um pouco, em especial quando se prolongam demais.
Guardei o ticket da última sessão. Sala Aleijadinho, 21h32, O Joelho de Claire. A última sessão de cinema, como no filme do Peter Bogdanovich. Vou guardar o ingresso na carteira, como lembrança. Se, por acaso, o tombamento do cinema vingar e ele voltar à ativa, pego o ticket, faço uma bolinha de papel e jogo fora.
Com a maior alegria.
O Belas não fecha hoje, só um prédio na consolação...
O Belas Artes não vai morrer hoje!
ANDRÉ STURM
ANDRÉ STURM
É um local não apenas com um passado importante mas com um presente vivo e pulsante. Por isso decidimos manter o cinema aberto até o limite |
Em algum momento dos anos 70, quando eu era bem novo, meus pais me levaram a um cinema para assistir a um filme diferente, no qual quase ninguém falava.
Foi a primeira vez que fui ao Belas Artes e o filme era o magnífico "Meu Tio". Nos anos 80, foi lá que virei cinéfilo, assistindo ao melhor do cinema mundial.
Em 1984, comecei a participar do Cineclube da GV. A partir daí, minha vida sempre esteve ligada aos filmes. Participei da criação dos cineclubes Oscarito e Veneza, da restauração do Vitrine, da implantação da Sala Cinemateca. Mas meu sonho sempre foi o Belas Artes.
A oportunidade surgiu no final de 2002, quando soube que o cinema fecharia suas portas. Procurei o dono e propus uma parceria.
Ele pensava em sair da atividade, mas me deu tempo para conseguir parceiros. Foi quando meus amigos Andréa Barata Ribeiro, Fernando Meirelles e Paulo Morelli entraram na aventura e conseguiram trazer um importante patrocínio para fazermos as reformas necessárias.
Nesses oito anos, foram muitas histórias divertidas e emocionantes. E a alegria de ver o antigo cinema vivo e ativo. O "Noitão" virou um hit, com suas sessões lotadas varando a madrugada. Tivemos o cineclube e os filmes em cartaz por muito tempo.
Em março passado, nosso patrocinador avisou que não renovaria o contrato. Em maio, anunciei à imprensa a necessidade de um patrocínio, pois as contas não fechavam.
Começaram então as manifestações de apoio. Na imprensa, na internet, no cinema, pessoas querendo ajudar.
Uma fã criou um blog que em poucos dias tinha mais de mil pessoas inscritas.
O La Casserole liderou junto a outros excelentes restaurantes da cidade a campanha "Tudo pode dar certo". Um grupo de frequentadores e alguns funcionários criaram um abaixo-assinado.
Numa tarde, tomando café com uma amiga, notei uma senhora que convidava as pessoas a assinar. Então ela se virou para nós e perguntou, muito severa: "Jovens, vocês já assinaram?". Fiquei sem graça de dizer quem eu era e de perguntar o nome dela, mas fica aqui meu muito obrigado a essa senhora e a todos os que colocaram seus nomes no abaixo-assinado.
Em dezembro, quando finalmente tudo estava acertado com o novo patrocinador, fui informado pelo proprietário de que ele queria o imóvel de volta. Foi duro, depois de tanto esforço com o novo patrocínio, ver tudo perdido. E imaginar o Belas Artes fechado.
No início de janeiro, tive um dos dias mais tristes da vida quando comuniquei aos funcionários que o cinema fecharia. Decidi fazer naquele mês uma celebração do "espírito" Belas Artes, e não um funeral.
No dia 6, a Folha fez a primeira matéria sobre o fechamento. Foi um "tsunami". Toda a mídia passou a falar do assunto. Foi o tema mais citado no Twitter por dois dias. Houve passeatas e mais abaixo-assinados, além de uma mobilização popular como eu nunca havia visto por um tema cultural.
Em poucos dias, vimos o seguinte cenário: o prefeito, vereadores, entidades, pessoas e empresas ligando para saber como ajudar, o Compresp votando estudo para o tombamento do imóvel onde o cinema está e mais de 70 mil pessoas no Facebook em defesa do cinema.
Eu sabia que o Belas Artes era querido, mas esse apoio foi muito além do que eu poderia imaginar.
É um local não apenas com um passado importante mas com um presente vivo e pulsante. Por isso decidimos manter o cinema aberto até o limite, na data de hoje.
Teremos as últimas sessões nesta noite. Esperamos todos os amigos e apoiadores. Gostaria de agradecer a todos que tanto ajudaram. Fecharemos as portas, mas não o cinema.
Se o tombamento for aprovado e o proprietário nos procurar, reabriremos o cinema em seu endereço tradicional. Se não, o Belas Artes renascerá em outro endereço para os amantes do bom cinema. O Belas Artes não morre hoje!
ANDRÉ STURM é cineasta e diretor do Cine Belas Artes
terça-feira, 15 de março de 2011
Belas Artes, e a hora de fechar as cortinas....
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Esta é uma mensagem gerada automaticamente,portanto não pode ser respondida. |
domingo, 13 de março de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
Noitao dia 04 de março... Carnaval em luto....
Infelizmente o Belas fechas suas portas, após 68 anos de história, na próxima quinta feira (10), em plena semana de carnaval.
Em nova reunião que o André Sturn teve ontem com os advogados do Flavio Maluf, foi decidido que iria mesmo fechar dia 10.
Está previsto uma nova reunião para sexta (11), quem sabe se prolonga essa data ou finalmente as duas partes se entendam.
Por isso, o noitão foi antecipado para a primeira sexta feira do mês, (04).
Veja programação abaixo, e vamos celebrar esse cinema maravilhoso e torcer para que dê tudo certo.
Quer Belas Artes Aqui... na Consolação, 2423...
Em nova reunião que o André Sturn teve ontem com os advogados do Flavio Maluf, foi decidido que iria mesmo fechar dia 10.
Está previsto uma nova reunião para sexta (11), quem sabe se prolonga essa data ou finalmente as duas partes se entendam.
Por isso, o noitão foi antecipado para a primeira sexta feira do mês, (04).
Veja programação abaixo, e vamos celebrar esse cinema maravilhoso e torcer para que dê tudo certo.
Quer Belas Artes Aqui... na Consolação, 2423...
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