quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Condephaat pode registrar bens imateriais


Decreto do Governador permite o reconhecimento de manifestações culturais do Estado
Além de proteger imóveis e bens importantes para a história de São Paulo, agora o Condephaat também pode preservar o patrimônio imaterial do Estado. Por meio do decreto 57.439, publicado no Diário Oficial de 18 de outubro, o Governador Geraldo Alckmin instituiu o registro de bens imateriais. O objetivo é identificar e reconhecer conhecimentos, formas de expressão, modos de fazer e viver, rituais, festas e manifestações que façam parte da cultura paulista.
Poderão ser registrados como bens imateriais conhecimentos e modo de fazer enraizados no cotidiano das sociedades; rituais e festas; manifestações orais, literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas, além de espaços onde são realizadas práticas culturais.
“A preservação desse tipo de memória cultural é uma das metas da Secretaria de Estado da Cultura, que investe em programas como o Revelando São Paulo e também direciona editais do ProAC para projetos de preservação do patrimônio cultural imaterial”, explica o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo.
Para a presidente do Condephaat, Fernanda Bandeira de Mello, a decisão é mais uma conquista importante para o órgão. “A assinatura desse decreto é o coroamento do trabalho que vem sendo realizado na defesa do patrimônio histórico e cultural paulista em seu sentido amplo: material e imaterial.”
Qualquer cidadão pode solicitar o registro de um patrimônio imaterial, que, a partir do pedido, será objeto de estudo dos antropólogos, sociólogos e historiadores do Condephaat. Não é necessário tempo mínimo de existência da manifestação para que seja feito seu registro. Sua importância será determinada pelo estudo.
O decreto permite o registro universal para reconhecimento de manifestações que possuem uma matriz comum – como os Reinados de Congo e a Festa do Divino – e o registro específico, para o reconhecimento de manifestações culturais de determinados grupos, realizadas em diversos locais do Estado. Além do registro, o Condephaat pode indicar ações que colaborem para a para salvaguardar a manifestação. A decisão também prevê a concessão do título de Mestre das Artes e Saberes da Cultura do Estado para personalidades consagradas pela comunidade ou que tenha conhecimento indispensável para perpetuação da prática cultural.

sábado, 15 de outubro de 2011

Cine Paissandu reabre em 2012 com palco para shows e nova sala de cinema


Reabertura do cinema Paissandu -  Com Léo Feijó e Rodrigo Pinto. Foto Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo
RIO - Fechadas há três anos, as portas do lendário cinema Paissandu finalmente serão reabertas. E, ao contrário do que temiam os moradores da região do Flamengo e os cinéfilos que tiveram seu gosto pela sétima arte talhado naquelas poltronas vermelhas, o prédio fincado no número 35 da Rua Senador Vergueiro não vai ser transformado em supermercado ou igreja evangélica. Rebatizado de Cine Teatro Paissandu, o espaço, declarado patrimônio cultural carioca, será uma plataforma para diversas formas de expressões artísticas. Conviverão ali música e artes cênicas, com direito a bistrô e loja de design. Tudo isso sem deixar morrer a verdadeira vocação do local: a exibição de filmes. A promessa é dos empresários Leo Feijó e Rodrigo Pinto, responsáveis pela revitalização do imóvel, que deve ser inaugurado em sua nova roupagem em julho de 2012. Para explicar suas intenções, a dupla promove, no próximo domingo, um "abraço" simbólico ao imóvel, das 11h às 18h.
- Vamos mostrar o projeto aos moradores, convocar artistas e provocar as empresas do entorno a endossar esta iniciativa. O novo Paissandu pode revitalizar toda aquela área, que passa por um contexto muito favorável - explica Leo Feijó, empresário com 12 anos de experiência na noite carioca e uma das cabeças por trás do Grupo Matriz, apoiador de sua nova empreitada. Após o abraço, Feijó e Pinto pretendem manter uma consulta permanente com a comunidade adjacente. - Queremos a opinião de todos, não vamos ter uma programação voltada apenas para o público jovem.
Quem também terá voz ativa na nova fase é a Companhia Cinematográfica Franco-Brasileira, dona do Paissandu e de outros dez cinemas espalhados pela cidade, incluindo o Arteplex, na Praia de Botafogo, e o redivivo Cine Joia, em Copacabana. Depois de manter o Paissandu por 48 anos, a Franco-Brasileira encerrou as atividades do espaço no fim de agosto de 2008 alegando falta de patrocínio.
- Recebemos muitas propostas, a maioria de supermercados, igrejas e restaurantes, mas sempre fizemos questão de que o lugar fosse voltado para a área cultural, de preferência algo que tivesse relação com o cinema. Como o mercado mudou e manter uma sala nos moldes do Paissandu não é mais viável, acreditamos que a proposta do Leo e do Rodrigo é a mais próxima de nossas expectativas - comemora Claudio Valansi, filho de Maurice Valansi, um dos fundadores do Paissandu original.
Neste novo modelo, o cinema vai ter uma importância menor na sala principal, mas vai continuar muito presente na segunda sala, que vai manter uma programação especial, com destaque para mostras de cinema de arte e filmes nacionais. E, apesar de o Cine Teatro Paissandu ter um perfil mais musical, até o momento temos tido o apoio da comunidade cinéfila da cidade - Leo Feijó, empresário
A partir da reinauguração, a área que abrigava as 360 poltronas de outrora será revertida em um ambiente para shows e espetáculos de teatro e stand-up, além de sediar eventuais mostras de filmes e debates, com 570 assentos removíveis e capacidade para 1.700 pessoas em pé - o que fará do Paissandu o maior palco da Zona Sul enquanto o Canecão, em Botafogo, permanecer fechado. Um mezanino a ser construído receberá uma sala de projeção fixa, com outros cem lugares. Já o "fumoir", traço marcante do velho Paissandu, não poderá ser reativado em função da Lei Estadual que proíbe o fumo em locais fechados. A salinha, porém, será referenciada no projeto arquitetônico, ainda em fase de estudos.
O investimento total estimado para as obras é de R$ 9 milhões. Destes, R$ 1,2 milhão já foram captados na Lei de Incentivo Estadual e os empresários pretendem inscrever outros R$ 4 milhões na Lei Rouanet.
- Neste novo modelo, o cinema vai ter uma importância menor na sala principal, mas vai continuar muito presente na segunda sala, que vai manter uma programação especial, com destaque para mostras de cinema de arte e filmes nacionais. E, apesar de o Cine Teatro Paissandu ter um perfil mais musical, até o momento temos tido o apoio da comunidade cinéfila da cidade. Todos sabem que a gente incentiva o trabalho autoral, o artista independente, o novo, o que é muito positivo - justifica Feijó.


Cine Teatro Paissandu 'alçará voos mais altos' que a Cinematheque
Imagens do projeto de reforma do Cine Paissandu, no Flamengo / Divulgação
Com a extinção de sua Cinematheque Música Contemporânea, em julho do ano passado, Feijó e Pinto buscavam desde então um ponto para instalar uma versão da badalada casa de Botafogo, palco do lançamento de muitos artistas da chamada nova-MPB. Em suas andanças, a dupla se deparou com o Paissandu, que carrega a responsabilidade de ter batizado um grupo de amantes do cinema, a chamada Geração Paissandu. Diante de um campo muito maior que suas ambições iniciais, o projeto, então, mudou.
- A programação será mais complexa que a da Cinematheque. Queremos promover musicais inovadores e novos textos teatrais, projeções dos novos criadores do cinema brasileiro, manhãs de música instrumental, bailes comunitários com bandas inéditas formadas por novos músicos, teatro infantil interativo com as crianças atuando também, além da volta das clássica Sessão da Meia-Noite... - enumera Pinto, produtor cultural com residência fixa em Londres, na Inglaterra, que frisa ainda ser muito cedo para definir artistas convidados, mas dá algumas pistas. - Pretendemos abrir espaço para trabalhos que estão sem espaço. Se a (Maria) Bethânia é constrangida a não ler poemas num blog, que leia no Paissandu.

Escreveu 
Lívia Brandão (livia.brandao@oglobo.com.br)
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/10/13/cine-paissandu-reabre-em-2012-com-palco-para-shows-nova-sala-de-cinema-925575475.asp#ixzz1asjD8SxX 
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CINEMA NÃO!



 Posted on Ter, 24 de Agosto de 2010 12:32
Cris Meloso






Cinema, não!...Foi isso mesmo que você leu!
Quando eu era jovem e o meu mundo era no “térreo”, nas ruas, eu amava ir ao cinema. Moro em São Paulo, para muitos conterrâneos, “chatos” como eu, nem precisaria explicar essa minha afirmação, tão fora do contexto desse site, mas eu vou explicar e vão ver que ser chato, nesse caso, nem é tão raro assim.
Nesta cidade, para se ir ao cinema, é preciso todo um preparo psicológico e um adiantamento de pelo menos duas horas, antes do inicio da exibição.
São quilômetros de engarrafamentos até chegar a um dos 120 shoppings espalhados na enorme cidade. Ao chegar vou ficar um bom tempo, na fila do estacionamento e mais outro bom tempo, procurando vagas, a não ser que já comece gastando 30 reais ou mais no estacionamento vip. Que leva horas para trazer o carro quando  a sessão acaba.
Para chegar ao cinema, propriamente dito, tenho que andar o shopping inteiro, subir por todas as escadas rolantes que se alternam nas pontas antagônicas de cada andar ou ficar na fila dos elevadores, que estão descendo e claro, sempre cheios.
 Ao chegar, me prostro na fila, atrás de pelo menos trinta pessoas até comprar o ingresso (compre pela internet, a mudança será só essa). Ingresso comprado e vou até a fila da pipoca, saio com um balde de pipocas frias e sem sal. Procuro o sal, já não há, o outro está lá na ponta, com a tampa ao contrário e tudo se derruba no balcão. Engulo o palavrão. Resolvido o problema da pipoca, resta equilibrar, balde e copo, bolsa e casaco e procurar no escuro uma cadeira boa, duas normalmente  e de preferência longe de crianças e adolescentes e isso eu não preciso explicar por que, não é?.
Janelas, não há, mas cabeças sim, muitas e altas. Perfumes e fedores em profusão passam de Chanel a Avon, de pipoca a cheetos de queijo e de chulé a mau hálito.
O burburinho vai aumentando enquanto o filme não começa. Muita gente acha que está sussurrando e vão assim, gritando e perdigotando, enquanto os mais afoitos correm de lá pra cá... É banheiro, é coca-cola que faltou , é a cadeira que está de braço quebrado, aquela que não abre...
Enquanto isso, meu vizinho que está acima do peso e ofegante, exalando a cebola do almoço, está com o enorme braço no descanso da poltrona, encostando-se ao meu que já abraça minha própria barriga.
Quando aquele monte de avisos e traillers acabam, você já se sente um tanto esgotada, com dor de cabeça e câimbra no braço que imóvel abraça a barriga, segura o balde de pipocas, a bolsa, o casaco a coca cola e a mão do marido ou namorado.
Mas disseram que o filme é o máximo e você com boa vontade ainda tenta se convencer disso.
Quase duas intermináveis horas respirando aquele escasso oxigênio acebolado e você ainda lá, cheio de esperança. A tela é uma beleza, enorme, nítida. O som é sempre alto demais, mas, faz parte da magia e você ainda espera pelo final, que deve ser mesmo surpreendente, já que o filme está tão parado... Um pequeno comentário no ouvido do acompanhante e pronto, ao virar-se você lê:
 THE END...
-Hã?...Acabou?...
É pessoal, desculpem-me, me empolguei... rs. Não me odeiem por isso, amo filmes, mas não os cinemas...
As decepções eu já evito há tempos aqui na minha caseira “sala de exibições”.
Para não ser tão radical, eu recomendo, aqui em Sampa, o cine Belas Artes, na Rua da Consolação, 2423. Boas salas de cinema e sempre bons filmes.
  Lá se mantém há cinco anos a exibição do ótimo:
“Medos privados em lugares públicos” do aclamado diretor francês Alain Resnais. Se não viram, vejam!
PS> Triste é o que poderá acontecer! - Estão querendo fechar esse único bom cinema de rua, que faz parte do cenário cultural de São Paulo há 43 anos, por falta de patrocínio! O que podemos fazer para ajudar?


Cris Meloso, editora na Revista Habitar Brasil/Portugal, e cinéfila de carteirinha que, como nós, Quer o Cine Belas Artes na Consolação, 2423.
Fonte: virgula
Colabore com o Quero Belas Artes.
Mande seu texto para: querobelasartes@gmail.com

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cinemas de rua reabrem com múltiplas atrações no Rio

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO


"Em breve, num cinema perto de você." A expressão vai se tornar cada vez mais recorrente no Rio e em Niterói. Em pouco mais de um ano e meio, seis tradicionais cinemas de rua terão voltado a funcionar nas duas cidades.
Quem começou esse boom foi o cine Joia, uma sala que não fica na rua, mas tem tal espírito. Situado numa galeria de Copacabana (zona sul), ele fechou as portas em 2005.
Em abril, foi reaberto por empresários e cineastas, com melhorias na estrutura. Mas o charme da acanhada sala (87 lugares) foi mantido.


Arquivo/ O Globo
O cine Paissandu, no Flamengo, antigo templo da cinefilia que será reaberto em junho
O cine Paissandu, no Flamengo, antigo templo da cinefilia que será reaberto em junho


"A nossa programação é de clássicos e obras de novos diretores. E em toda estreia fazemos debate com os realizadores", diz Carol Ficheira, gerente operacional do espaço, também usado para eventos literários e artísticos.
Outro cinema que vai servir para diferentes fins é o Paissandu, no Flamengo (zona sul). O empresário Léo Feijó alugou o local por dez anos para que ele volte a funcionar, após três anos fechado.
Templo da cinefilia, o Paissandu exibia filmes da nouvelle vague e do cinema novo. Com a reabertura, em junho próximo, terá sala de exibição e salão para shows, peças e eventos. "Em respeito à tradição, vamos exibir filmes mais autorais", diz Feijó.
A aura em torno do Paissandu se deve muito ao programador da sala nos anos 1960, Fabiano Canosa. Ele planeja reativar no primeiro semestre de 2012 o Tijuca Palace, fechado desde 1982.
Professor de cinema da PUC-Rio e conservador-chefe da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner exalta a revalorização desses espaços.
"Ali há uma relação artística e mais ampla com o cinema do que nas salas do shopping. São locais de arquitetura particular, nos quais o público está realmente interessado no espetáculo cinematográfico. Fazem parte da identidade cultural e memória afetiva da cidade", diz ele.
O governo do Rio quer reativar o cine Olaria (zona norte), fechado há 15 anos, transformando-o em 2012 em centro cultural, como a prefeitura fará com o ex-cine Imperator, no Meier (zona norte).
Aberta em 1954, a sala transformou-se em 1993 em uma casa de shows, hoje abandonada. No primeiro semestre de 2012, passará a abrigar filmes, shows e peças.
Responsável pelo mais antigo curso de cinema do país, a Universidade Federal Fluminense, em Niterói, já recebeu da CEF R$ 10 milhões para a compra do cine Icaraí, fechado desde 2006. Futuro palco da Orquestra Sinfônica Nacional, mantida pela UFF, o espaço também exibirá produções de alunos e ex-alunos, além de filmes de arte.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cine Belas Artes, Vitória, porém ainda não foi a Final


Caros,

Tivemos ontem uma noite de muita alegria em frente ao Cine Belas Artes. Cerca de 50 pessoas brindaram a grande vitória do Movimento pelo Cine Belas Artes (MBA), que foi a abertura na segunda-feira, dia 3/10/2011, do processo de tombamento do cinema pelo Condephaat, o órgão responsável pela proteção do patrimônio cultural do Estado de São Paulo. Outras dezenas parabenizaram o MBA por emails e telefonemas ou mandaram recados para nossa comemoração. 

Com faixas e um abraço ao cinema, também protestamos contra o prefeito Gilberto Kassab, enquanto representante de uma administração que preferiu ouvir mais os argumentos dos donos do prédio do que o parecer técnico pró-tombamento do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Secretaria Municipal da Cultura. Ganhamos novos voluntários para o MBA e precisamos de mais colaboradores agora que a luta adquire um caráter estadual mais do que local. Quanto mais gente trabalhar pelo movimento, mais chances teremos de alcançar a vitória final, que será o tombamento e a reabertura apoteótica do cinema.  

Quem puder ou conhecer quem possa desenvolver alguma tarefa no MBA, da mais simples  à mais complexa, favor enviar email para movimentobelasartes@gmail.com. A próxima reunião geral do movimento ocorrerá em uma segunda-feira a partir de 19h30. Ainda estamos avaliando se a realizaremos nos dias 10/10 ou 17/10 a partir das 19h30 e onde ela ocorrerá.

Dos vereadores que convidamos, compareceu apenas Eliseu Gabriel (PSB), o único que desde o início do ano abriu as portas do gabinete para apoiar nossa mobilização. Aliás, continuamos tentando ampliar o apoio na Câmara e na Assembleia Legislativa entre os diversos partidos políticos. Contudo, além do Eliseu, somente o Carlos Giannazi (PSOL) prestou apoio direto ao movimento. Em outros eventos do MBA, contamos com a presença do vereador José Pólice Neto (PSD), presidente da Câmara Municipal, e dos assessores dos vereadores Chico Macena (PT) e Carlos Neder (PT). 

Lembro que o prédio só não foi demolido ainda por causa da nossa persistência em defender o patrimônio cultural. Por isso, é imprescindível que vocês continuem apoiando o MBA em diferentes frentes - repassando notícias, emails, ajudando o movimento xerocando documentos, fazendo telefonemas, ligando para especialistas e autoridades. O Condephaat votará o tombamento definitivo no final de novembro, Portanto, precisaremos fortalecer ainda mais nossa mobilização nesse período de menos de dois meses. Quanto mais estivermos mobilizados, mais chance teremos de obter um resultado favorável.

Reitero, também, que a família proprietária deseja destruir o prédio para alugá-lo ou vendê-lo a um grande empreendimento comercial tão logo derrotem a proposta de tombamento. Em breve, iniciaremos uma campanha para alertar as grandes redes comerciais do país de que não devem ocupar o espaço do mais importante cinema de rua do Brasil. A reputação de uma empresa atualmente é um fator essencial para sua vitalidade econômica. Nada pior para a reputação de uma companhia agredir o meio ambiente e violar o patrimônio cultural de um país, de um Estado ou de uma cidade.  

Dependerá de nossa mobilização assegurar que o prédio que foi construído para abrigar o antigo cine Triano em 1952 e reinaugurado em 1967 como Cine Belas Artes continue sendo utilizado apenas como cinema. E cinema segundo as características nele inscritas em 1967 pela Sociedade Amigos da Cinemateca e que sobreviveram até este ano: um lugar que funciona como centro de cultura mais do que como arrecadador de ingressos com programação comercial e de arte de elevada qualidade, diversificada, com espaço para o cinema brasileiro, mostras, festivais, cursos, lançamentos de filmes nacionais, formação de público (cineclube e Noitão) e lugar de convivência, amizades e trocas culturais, políticas e sociais. 

Abraços,
Movimento Pelo Cine Belas Artes
Quero Cine Belas Artes Aqui... na Consolação, 2423

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

SALVEM O CINE BELAS ARTES

Vamos salvar o cine belas artes e ajudar para que ele seja tombado.

Ajude na divulgação e compareça hoje no manifesto em frente ao cinema.

Noticia Urgente: http://bit.ly/qfw1yk

Blog Oficial da Causa: www.querobelasartes.blogspot.com

Twitter: @querobelasartes

Facebook: www.facebook.com.br/querobelasartes

Evento: http://www.facebook.com/event.php?eid=286583571370188

Obrigado a todos a favor da 7ima arte

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Manifesto em comemoração da abertura do processo de tombamento do Cine Belas Artes


O Movimento pelo Cine Belas Artes (MBA) convida a todos para uma festa em frente ao cinema na quarta-feira, 5/10/2011, às 19h. Vamos celebrar a abertura hoje do processo de tombamento do Cine Belas Artes, do Bar Riviera e da Passagem Subterrânea pelo Condephaat, que honrou a memória de Mário de Andrade, um dos mentores da legislação brasileira de proteção do patrimônio cultural e histórico e responsável pela criação do Departamento Municipal de Cultura na década de 1930. 

A festa também funcionará como ato de protesto contra a Prefeitura de São Paulo, que aprovou o arquivamento do processo de tombamento na reunião do Conpresp do dia 27/09, sem incluir o Belas Artes na pauta publicada na edição de 20/09 do Diário da Cidade de São Paulo. Tal medida foi uma afronta à Lei Municipal 15.201/10, que obriga o órgão a publicar as pautas de suas reuniões no D.O. com sete dias de antecedência. 

Fazemos um agradecimento especial ao Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), órgão assessor do Conpresp, que fez um corajoso parecer pró-tombamento de 80 páginas. O parecer nunca foi discutido oficialmente pelo Conpresp. 

Também agradecemos à atitude republicana da presidente do Condephaat, Fernanda Bandeira de Mello, que recebeu uma comissão do MBA com sete pessoas no dia 15/09. Fomos levar vários documentos e materiais de pesquisa sobre o cinema e pedir que o Condephaat aprovasse a abertura do processo, uma vez que já havíamos perdido a esperança de que o Conpresp fizesse uma discussão cuidadosa e com tempo para a sociedade civil e especialistas tomarem conhecimento dos pareceres do processo. 

Relataremos nos próximos dias os momentos de angústia e esperança que enfrentamos durante esta bela mobilização por uma cidade mais sustentável, zelosa de seus espaços públicos e da cultura de rua. Aos poucos, estaremos agradecendo a várias pessoas importantes nesta luta. 

A mobilização agora precisará de mais voluntários para assegurarmos o tombamento do conjunto formado pelo Belas Artes, Bar Riviera e Passagem Subterrânea. A prefeitura precisará dizer de que lado ficará: se da cultura de rua, dos espaços públicos, ou do lado do dono Flávio Maluf, que insistiu em recusar a bela fortuna de 1 milhão de reais de aluguel por ano oferecida pelo cinema, ficando pé em quase 2 milhões de reais anuais. A cifra, segundo ele, foi-lhe prometida por uma grande loja. 

Vamos cobrar da prefeitura que retome o projeto de revitalização do quarteirão Paulista/Consolação, abandonado desde 2006, e que governo do Estado e administração municipal implementem ações que façam da chegada do metrô na área um incentivo à cultura de rua e à preservação do espaço público em vez de abrir caminho para a destruição do patrimônio histórico e cultural.


Belas Artes afirma que Conpresp não deveria ter decidido o destino do cinema

Procuradoria Geral do Município de SP declarou como inconstitucional o tombamento do prédio que abrigava o cinema. Confira entrevista com um dos coordenadores do movimento, Beto Gonçalvez.

Condephaat autoriza início de processo de tombamento do Cine Belas Artes


Dono do imóvel não poderá dar nenhum outro fim ao edifício enquanto processo não terminar


03 de outubro de 2011 | 13h 40
Luísa Alcalde - Jornal da Tarde

SÃO PAULO - Após quatro horas de discussão na manhã desta segunda-feira, 3, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão do governo estadual, acaba de autorizar a abertura do processo de tombamento do Cine Belas Artes, na região da Consolação, centro da capital.


Conpresp negou tombamento na semana passada - JB Neto/AE

JB Neto/AE

Conpresp negou tombamento na semana passada
Enquanto o processo não chegar ao final o proprietário do imóvel não poderá dar nenhum outro fim ao edifício.
Conselheiros do órgão consideraram no parecer que não só o imóvel do cine Belas Artes como também o do antigo restaurante Riviera e a passagem subterrânea da Rua da Consolação, que faz a ligação entre essas duas edificações, marcaram época na capital e podem ser tombados como bem cultural de artes.


O advogado do proprietário do Cine Belas Artes, Fábio Luchesi Filho, disse que ainda desconhece o teor do processo de tombamento. "Ainda não tomei conhecimento do teor desse processo de inicio de tombamento. Devo ter acesso até, no máximo, nesta quarta-feira. Se há um processo, vamos recorrer", afirmou.
Texto atualizado às 15h48 para acréscimo de informações

Veja também:
link Procuradoria diz não a tombamento do Belas Artes 
link Conselheiros rechaçam pedido de tombamento do Cine Belas Artes 
link 'Estadão/ESPN': Belas Artes afirma que Conpresp não deveria ter decidido o destino do cinema