segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Manifesto em comemoração da abertura do processo de tombamento do Cine Belas Artes


O Movimento pelo Cine Belas Artes (MBA) convida a todos para uma festa em frente ao cinema na quarta-feira, 5/10/2011, às 19h. Vamos celebrar a abertura hoje do processo de tombamento do Cine Belas Artes, do Bar Riviera e da Passagem Subterrânea pelo Condephaat, que honrou a memória de Mário de Andrade, um dos mentores da legislação brasileira de proteção do patrimônio cultural e histórico e responsável pela criação do Departamento Municipal de Cultura na década de 1930. 

A festa também funcionará como ato de protesto contra a Prefeitura de São Paulo, que aprovou o arquivamento do processo de tombamento na reunião do Conpresp do dia 27/09, sem incluir o Belas Artes na pauta publicada na edição de 20/09 do Diário da Cidade de São Paulo. Tal medida foi uma afronta à Lei Municipal 15.201/10, que obriga o órgão a publicar as pautas de suas reuniões no D.O. com sete dias de antecedência. 

Fazemos um agradecimento especial ao Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), órgão assessor do Conpresp, que fez um corajoso parecer pró-tombamento de 80 páginas. O parecer nunca foi discutido oficialmente pelo Conpresp. 

Também agradecemos à atitude republicana da presidente do Condephaat, Fernanda Bandeira de Mello, que recebeu uma comissão do MBA com sete pessoas no dia 15/09. Fomos levar vários documentos e materiais de pesquisa sobre o cinema e pedir que o Condephaat aprovasse a abertura do processo, uma vez que já havíamos perdido a esperança de que o Conpresp fizesse uma discussão cuidadosa e com tempo para a sociedade civil e especialistas tomarem conhecimento dos pareceres do processo. 

Relataremos nos próximos dias os momentos de angústia e esperança que enfrentamos durante esta bela mobilização por uma cidade mais sustentável, zelosa de seus espaços públicos e da cultura de rua. Aos poucos, estaremos agradecendo a várias pessoas importantes nesta luta. 

A mobilização agora precisará de mais voluntários para assegurarmos o tombamento do conjunto formado pelo Belas Artes, Bar Riviera e Passagem Subterrânea. A prefeitura precisará dizer de que lado ficará: se da cultura de rua, dos espaços públicos, ou do lado do dono Flávio Maluf, que insistiu em recusar a bela fortuna de 1 milhão de reais de aluguel por ano oferecida pelo cinema, ficando pé em quase 2 milhões de reais anuais. A cifra, segundo ele, foi-lhe prometida por uma grande loja. 

Vamos cobrar da prefeitura que retome o projeto de revitalização do quarteirão Paulista/Consolação, abandonado desde 2006, e que governo do Estado e administração municipal implementem ações que façam da chegada do metrô na área um incentivo à cultura de rua e à preservação do espaço público em vez de abrir caminho para a destruição do patrimônio histórico e cultural.


Nenhum comentário:

Postar um comentário